Part I

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Quem nunca cantou embalando um bebê em seus braços para acalmá-lo ou fazê-lo dormir, ou simplesmente pelo prazer que isto procura!!??

Todos nós (quase todos nós) instintivamente o praticamos, por termos
sido embalados quando bebê ou por necessidade cognitiva. Receber o embalo carinhoso dos pais, dos familiares e de quem cuida do bebê, além do bem-estar que isto procura é importante para o desenvolvimento do bebê.

Os sentidos do homo-sapiens se desenvolvem na seguinte ordem: 1  o tato; 2 a audição; 3 a visão. quando a criança se aproximada da adolescência a ordem se inverte. As percepções tatéis e auditivas do bébé são mais importantes que a visão. Bebê precisa sentir e entender primeiro para depois poder ver. A qualidade do contato físico nos primeiros anos de vida do bebê é a percussão do desenvolvimento sensório-motor mais tarde.

O embalo permite ao sistema vestibular de desenvolver nosso orgão de equilíbrio, conexão hemisfério direita/esquerda. Sem o embalo no primeiro ano de vida do bebê, o cérebro não imprime as informações necessárias para que o desenvolvimento neuronal aconteça. Os movimentos e as sensações do corpo são os construtores do aparelho psíquico.

A reação positiva (instantânea) do bebê quando é embalado é flagrante: prova de que é necessário para ele e para que se desenvolva com harmonia. E acompanhado com uma canção de minar é a perfeita maneira de satisfazer o bebê.

Pensando bem, as coisas são claras, o embalo começa antes mesmo da concepção, não é mesmo. Fazer um filho é um embalo de amor. Em seguida, as primeiras sensações do bebê no ventre da mãe foram no embalo e este será totalmente sentido durante os 9 meses de gestação. Ao nascer, o bebê, recebe ou não a continuidade do embalo.

No Brasil, eu sempre vi as mães e avós embalando suas crianças. Achava sempre natural  e muito carinhoso. Nunca me perguntei porque faziam isto e quais eram os benefícios para o bebê, afinal tem coisas que são óbvias quando se ainda é criança. Mas ao chegar na Europa percebi uma diferença de colo, de embalo.

Primeiro que as crianças quase não eram carregadas além da necessidade de locomoção, que esta geralmente é feita por um ato mecânico, com o carrinho ou cadeirinha, e também vi que não eram embalas na hora do choro. Porque? Cultura transgeneracional e consumismo também!? Todo mundo compra vários tipos de apetrechos para instalar a criança, sentada ou deitada, mas ninguém se pergunta porque tudo isto, e quais as vantagens para os bébés. As vantagens são geralmente os pais que a levam. Afinal bébé instalado num canto não esta nos braços “incomodando”. Sem drama, as coisas estão mudando por aqui na europa, e por ai no ocidente em geral. As mães e os pais querem seus bebês no colo outra vez.

Dansando com o boneco

Enquanto a reflexão não vem sozinha, acontece de eu dizer de vez em quando (com muita delicadeza) para uma mãe que tem um bebezinho choramingando durante as oficinas de babywearing que eu faço aqui em casa. – Vai dar uma voltinha com ele pela casa. – Embale-o um pouquinho. Em dois embalos o bebê já se acalma e está reconfortado. Ufa, digo eu, ainda bem que existe mágica para bebê se acalmar. Mas nem sempre as mães entendem esta necessidade, sobretudo aqui na europa, e “esquecem” que  embalar seus filhos é importante. (bom, la estou eu falando das minhas experiências, e claro, não julgo as mães européias, afinal nos brasileiras somos, quase todas, descendentes de um italiano, francês, holandês, português…).
Nós vamos ter tendência à repetir os mesmos gestos e emoções que sentimos quando éramos bebês com os nossos próprios filhos. Aquela famosa história do espelho… o cérebro registra tudo mesmo quando achamos que não há nada à registrar.

Justamente falando nisto pra entender este “problema” de transmissão familiar, a segunda parte deste post vou falar sobre a causa disto tudo. Afinal tudo é causado por alguma coisa. Nada é por acaso…

 

Fontes: Livro “le cerveau magicien” “o cérebro mágico” de Roland Jouvent,  livro “Touching: The Human Significance of The Skin” de Ashley Montagu”  e Wikipédia.