Nimar, embalar, carregar em um porta-bebê, faz tanto parte da maternidade como a amamentação e os cuidados básicos cotidianos do bebê. Portanto as questões hoje são muitas: Até que idade carregar bebê ? porquê mimar tanto o bebê? quem teve esta idéia de que bebê precisa de contato? é necessário dar tanto nosso “precioso” tempo ao bebê? e a escravidão da amamenção, que idéia?!!!

Quantas perguntas nos fazemos e ouvimos da boca de milhares de mães TODOS OS DIAS sobre quais são as necessidades de um bebê e como cuidar de um bebê. Onde será que está o problema? Há problemas? Sim, há problemas; sociais, psicológicos e familiares. Estamos vivendo a causa destes fatores, também anteriores, e atualmente de desequilíbrio generalizado.

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Recentemente lendo o livro de Blandine Bril e Silvia Parrat-Dayan, ‘Materner du premier cris aux premiers pas’ que quer dizer literalmente “Maternar do primeiro grito aos primeiros passos” (onde o trabalho histórico e as estatísticas que as autoras fizeram sobre a maternidade em algumas partes do mundo é remarcável, recomendo muito este livro), flagrando onde houve um “fissura” na forma de maternar no ocidente. Na maior parte do tempo, o rombo (literalmente falando) foi criado por médicos pediatras, pedopsycólogos e psicólogos dos séculos passados. Acredito  muito que um dos fatores do desequilíbrio maternal (falta de intuição materna) vêm dai.

A medicina trouxe milhares de soluções para o desenvolvimento do ser humano para este ficar mais saudável, mas também criou rombos de desinformações e discordâncias relacionadas ao bem estar do ser humano, o elo humano e sua intuição. Por falta de sensibilidade e de um ângulo de sobrevivência para “melhorar” e “facilitar” o meio medical, uma nova maternidade científica ou medicalizada foi criada. Na sua época inicial quebraram-se barreiras, novas soluções para o desenvolvimento do bebê e o bem estar da mãe foram uma grande revolução e consentido por todos. Medicina até então insuspeitável, pois sempre foi vista como um bem para todos. Afinal na época as doenças e falta de informação era muito presente na vida de todos, assim como a mortalidade era maior.

 A visão dos médicos e dos primeiros pediatras : um bebê era considerado como um tubo digestivo, incompetente ao olhos de muitos; um ser fraco com poucas chances de sobrevivência; um ser sem sentimentos e espírito. Quando havia morte de um bebê era visto como “natural” e sem importância, uma fatalidade corriqueira. Somente quando bebê começava a engatinhar que uma pequena atenção era demasiadamente concedida ao pequeno.

Claro que ao longo do tempo a medicina permitiu salvar muitos bebês e muitas mães na hora do parto e após parto como todos nós sabemos e agradecemos por este avanço medical e tão importante para as nossas vidas. Mas isto não justifica a maneira mecânica com que eram tratados os pacientes destes médicos e não podemos sustentar a falta de carinho que sempre existiu desde que a respeitosa area medical foi criada. Que m,  que pena, têm médicos que ainda vivem nos séculos passados da medicina e no decorrer do presente estão longe de aceitar que o ser humano não é uma máquina e nem um ser inanimado!!!

Infelizmente, como sabemos eram só homens na época que tinham o direito de estudar medicina. Será que tem alguma coisa haver?  Será que esta falta igualdade da parte dos homens afetou a medicina? Será que houve desafio com a natureza para impôr seus próprios interesses? Huuum deixo você adivinhar (escutar sua intuição, aqui pode ;)).

Abro parênteses. Salvo os médicos que escutam seu lado feminino; Odent, Brazelton, Leboyer, José Martins… Obrigado à vocês! Fecho parênteses.

Houve abuso de linguagem à partir do XIX século de alguns médicos se referindo à maternidade, principalmente se referindo à uma forma de escravidão para a mulher. Se referiam ao bebê como se este fosse despojado de espírito e incapaz de ser um ser por inteiro. Estes homes estudados e cheios de saber analizaram a maternidade erroneamente, mexeram em seu instinto, brincaram de cientistas malucos em um domínio fora de suas verdadeiras capacidades: a de Ser.

Deixaram de lado a escuta feminina para impôr o novo modo de maternar, o conceito se impôs ao que era nada mais nada menos que o evidente para todas as mulheres.  Hoje, sabemos mais que nunca que deixar uma criança sofrer sozinha por que faz “capricho, manha” ou porque chora ou por que agredimos-as fisicamente e verbalmente não é normal e que afeta sua vida para sempre. As marcas da falta de contato físico serão as atitudes da criança de amanhã.

Como dizem muitos médicos pediatras antenados “tudo se passa antes dos seis anos”, fazendo referência da importância do desenvolvimento harmonioso da criança até esta idade. A consciência da criança se impregna do contato que recebe,  do amor, das palavras até a idade da razão, com muito mais intensidade que após esta idade. Dai sua importância. Para quem quer se aprofundar no assunto recomendo os livros de Fizthugh Dodson. Ele é psicologo e especialista da eduação.

Veja aqui as conselhos que li no livro de Blandine onde E. Golay (1899) médico exprime seu modo de pensar:

“uma outra maneira de adormecer as crianças consiste em cantar uma cançanzinha monotona abaixando o ton de voz insensivelmente. Esta prática é tão inútil quando balançar uma criança. No mais esta prática seria uma perda de tempo para a mãe como para a mama de leite. Termine de obedecer à uma rotina cega e fatigante, porque os carinhos, o balanço e as canções são inuteis, deixe-as de lado.”

Quase tive um treco quando li isto!!! Imagina agora um livro ou vários livros com este tipo de conselho. Alias muito mais que conselho, um médico na época era considerado com um deus, então diga-se de passagem, eram ordens à serem compridas!

Conclusão na parte III, pois assunto é que não falta quando se trata de melhorar a vida das nossas crianças.

Abraço!

Fontes: http://fr.wikipedia.org/wiki/P{619748c9aa450187535070cd7174cc8a29095f4d7d292a2beec3a24dce4cfb1a}C3{619748c9aa450187535070cd7174cc8a29095f4d7d292a2beec3a24dce4cfb1a}A9diatrie e no texto.